Os olhos abrem.
Não que estiveram fechados.
O corpo se levanta.
A alma fica.
Automático.
Um café.
Um banho - não, hoje não.
Um ônibus.
Mais uma vez tudo de novo.
As mãos tremem.
O coração acelera.
Tudo é a ponta de uma navalha.
Me irrita. Ira. Descrença.
Sobrevivo.
Algo de ruim me consome aos poucos.
Contando os segundos da hora.
Querendo ir embora.
Mas só passou a primeira hora.
A Vida me segura aqui.
Mas vejo esperança no fim.
Não, não vejo.
Mas é o que respondo pra cumprir o clichê.
Um ônibus.
Um banho, ou talvez não.
Uma cama.
Pra sonhar.
Amanhã tem mais do mesmo.
Pra outro pesadelo.
Os olhos não se fecham.
O sorriso não se abre.
Uma música toca.
por J. Michael P.
Crédito de Imagem: Alan Witikoski
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