Isso não é um teto, é um
desabafo, uma posição, uma confissão.
Em um xaveco descontraído
perguntou-me sem delongas se eu estava disposto a fazer sexo, aqueles, casuais,
sem compromisso. Estranhei. É “zoas” isso, não é? Não era. O papo seguiu e
detinha doses severas de verdade. Então, por mais que proposta fosse tentadora,
a negociante sensual, neguei. Neguei e negaria de novo. Agradeci o convite,
dei-lhe boa sorte e seguimos nossas vidas.
A questão não é o sexo, é a
forma. Sofro de uma doença crônica chamada Romantismo, e relacionamentos
casuais é um veneno para mim. Preciso falar que amo, mandar flores, fazer
surpresas, traçar planos, dividir as dores, crescer junto, envelhecer junto,
enfrentar os problemas junto. Necessito de dar carinho, o beijo, mostrar que
meu abraço é seu lar, ser cúmplice de sonhos, sorrisos, olhares, de lealdade,
de fidelidade. De demonstrar sentimento.
É, eu sei, nesse século isso é
esquecido, esquisito. Loucura.
Acontece que sexo por fazer
cansa. Coisas fáceis são sempre assim, enjoativo. Tem prazer? Dependendo da
pessoa, sim. Mas logo bate o vazio, o sentimento de não pertencer a ninguém.
Sexo por fazer é moda. E como a
moda, passa rápido. Curtiu? Dependendo de quem for seu parceiro, curte sim. Mas
logo isso passa, o prazer instantâneo, a cama de outrem.
Isso não é uma crítica aos
adeptos do sexo casual. Muito pelo contrário. Só considero que sexo por sexo é
preencher o vazio com outro vazio.
Mas isso não é um texto, é um
desabafo, uma posição, uma confissão.
por J. Michael P.
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