14/01/2017

Sereia Triste




Sentada no fim do píer
Joga as lágrimas ao mar
As ondas em pio
Sente a dor a fio

Mas ela não percebe isso
O pensamento viaja em amores
Pior, em dores
A madeira cinza, o vento veloz
Cadê as cores? Sentimento feroz.


Os cabelos caídos aos ombros
A cabeça caída sobre as águas
Lágrimas caídas ao mar
Certamente não sabe nadar

Os pés balançando lentamente
As mãos pousadas nas tábuas húmidas
Por que amastes se amar é sofrer?

Ao fundo das águas, há pedras
Não preciosas mas cada uma com suas diferenças
Isso as tornam especiais

São como numa multidão,
O preço de cada um é equivalente
A intensidade do amor que lhe é dada

E no píer
Sem pio
Ao fio
Da dor

A nadadora que não sabe nadar
O sonhador que não sabe sonhar
A sereia triste pula na água sem saber o que é amar
Mas amou, não foi amada
Sofreu, morreu apaixonada

por J. Michael P.

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