22/08/2021

O Último Beijo

Foi na calçada, sob a luz do sol. Não me lembro o horário, não lembro o dia qual. Mas lembro da cor da sua calça jeans, da sapatilha, do modelo da blusinha que passou um bom tempo pensando se ficaria bem em você. Pois bem, ficou incrível em você. 

Não lembraria de tudo o que passamos. Mas lembro que o tempo passou sem a gente notar. Conversamos sobre o mundo, sobre o futuro, sobre o passado, sobre os bichos e os animais que nós humanos somos. Falamos sobre filmes, séries e músicas que além de nós, ninguém iria perguntar.

Não lembraria em que mesa nós sentamos. Mas recordo-me do calor das suas mãos macias sobre as minhas. Tentei ler o futuro em uma delas, mas as estradas da vida é difícil saber.

Não lembraria dos sons ao nosso redor. Ainda sim, o som da sua risada toca como uma música na minha memória. Pois em meio as fotos tiradas pela câmera do celular, ficaria pra sempre guardada em minha memória as curvas do sorriso seu.
Não lembro direito onde me esbarrei. Porém, está viva na lembrança o toque dos teus lábios nos meus. 

O gosto ainda está impregnado. A maciez dos lábios ficou gravado. O cheiro do seu perfume foi inalado. As minhas mãos ainda procura as costas suas depois daquele abraço. Meu braço, onde você se agarrou, sente-se vazio.

Foi o último beijo desde que você partiu.
Não sei se você se assustou com algo e foi embora desde então. Mas mal saberia que a partir daquele dia  cada letra e poesia seria para lembrar você. 
Foi o último beijo. 

por J. Michael P.
Foto por: Gabor Palla

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