Pois foi embora, assim,
sem nem me dizer “até logo”. Fiquei confusa com o que aconteceu aqui – entre
nós, e dentro desse meu coração que insiste em te continuar em mim. Continuar te
buscando em meus pensamentos, nos versos de canções que aparentemente foram
escritas para dizer o que o meu coração não sabe como te falar, nos risos
perdidos e nos detalhes encontrados na memória que, “olha, ele fazia isso”. E a
saudade bate.
O coração te faz
continuar em mim. Em algumas noites até consigo sentir você por aqui. E lembro-me
da sua mensagem de “boa noite, amor”, do calor dos teus braços me envolvendo,
do seu revirar na cama e também do último beijo quente que me deu. Se eu
soubesse que aquele seria o último, teria demorado mais. E a saudade bate de
novo.
Continuo com aquela
mania de encontrar seus rastros por aqui. Seja naquelas frases clichês que outros
dizem e acabo lembrando-me de você, naquele perfume que alguém deixou no ar,
nas fotos salvas em meu telefone, nas novidades que eu corria para te contar. Meus
pés não aprendem outro caminho, querem me levar até você. E a saudade, bate
novamente.
O problema é que o meu coração
continua te fazer em mim. Nas curvas do seu rosto, nas covinhas do seu sorriso,
no arrepiar dos pelos, no som de uma música e nos filmes que me lembram de
você. O coração, meu amor, continua te fazer em mim. Nas rotas que me levava,
nos planos desenhados, na lua que nos observava, no vapor do café no copo que
sobe dançando, no frio da manhã, no calor da tarde e também nos dias que
chovem. O coração continua de fazer em mim. No batom que passo em minha boca,
no ranger do portão, nos rastros deixados no chão molhado, nas roupas
espalhadas pela casa, na louça suja e muito também no grito e das vozes que gritam
agora à solidão.
E saudade bate. E eu a
deixo entrar.
por J. Michael P.
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