30/07/2017

A Outra





Sim, eu confesso que quando você foi embora
Não demorou muito e Ela entrou na minha vida.
Outra entrou no seu lugar para no meu peito morar.
Não pude impedir, pois com aqueles olhos Ela me enfeitiçou
Com aquele jeito, Ela me conquistou.

As manhãs são tranquilas quando Ela está comigo
Dividimos o mesmo copo de café e olhando-a, sorrio.
Às tardes tomo cuidado para não perder a cabeça
E me perder nos braços, na pele macia da minha nova companheira.

Na calada das noites, Ela chega vestida de roupas leves e brancas
Acarreia meus cabelos, toca seus lábio em minha face, e deita-se na cama,
Ela me dá seu colo, às vezes passamos em claro conversando,
Porém sempre o amor vem ao toque dos teus dedos sobre meu corpo.
Desculpa, e nos amamos.

Ela gosta de tomar banho com a porta aberta. Ela sabe que vai me atiçar.
Me chama quando não vou, eu vou, e não volto pois ela vem me segurar.
Louca, debaixo d’água, vamos se entregando ao desejo de amar.
Sofremos por amor um dia, com certeza, mas em um no outro,
Vemos a felicidade bater na porta. E a deixamos entrar.

O beijo dela é frio e sem sabor, o abraço é vazio porém apertado,
Juntando nossos corpos para tornamos apenas um
O toque me causa arrepios. Os efeitos Dela são duradouros.
Mas sob a luz das estrelas, no meu ombro sua cabeça vem pousar.
E ficamos calados, apenas a respiração a falar.

Assim o cansaço nos vence, espantoso
Ela apagou aos meus carinhos. Dormiu para acordar.
Carrego-a para a cama cheia de pétalas de rosas,
Sob a luz das velas que testemunharam o querer de dois
Apaixonados eternos, condenados a amar... sofrer.

Você deve ter ficado com ciúme. Mas é assim, nesse mar de rosas
Que vivo desde que você partiu para não mais voltar.
Se quiser, volte. Te espero no portão.
Ah, o nome Dela?
Claro, te digo, o nome dela é Solidão.



por J. Michael P.
crédito de imagem: Imagebase.net

Nenhum comentário:

Postar um comentário