Contexto:

Resumo:
Após a morte do Conselheiro Vale, em carta póstuma este
deixa parte da sua herança para uma filha desconhecida por seu filho Estácio e
sua tia, Dona Úrsula. Eis que entra no enredo Helena, uma moça “exemplar”, mas
que guardava em seu passado um grande mistério.
Estácio, sem intenções políticas e de casamento, é
encaminhado a um romance com a filha do amigo do seu falecido pai. Helena e o
Padre, figura que serve como um filósofo e mentor culto da obra o indicam para
fazer tais ações...
Mas os mistérios de Helena chegam aos ouvidos de Estácio
logo após o descontentamento de um louco – no bom sentido – romance com seu
amigo, Mendonça, por ciúme amoroso de sua irmã... Estácio decide ir a fundo
sobre o misterioso passado de Helena. E este passa a ser o estopim para o
derradeiro da família.
Estácio e o Padre descobrem que Helena não é filha de sangue
do Conselheiro. O pai de Helena fugido com a mãe da mesma para o Rio de
Janeiro, após os pais dos mesmos irem contra o relacionamento de ambos,
passaram muitas necessidades, até que o avô de Helena chama seu filho para o
perdão. Ao recebê-lo e descobrir que não restou nada de sua herança, ao
regressar para o Rio, o pai de Helena se depara com sua esposa envolvida com o
Conselheiro, e este adotara sua filha, o que envenena com mar de ódio.
Helena e o pai, após a morte de sua mãe, decidem apenas se
encontrar as escondidas, uma vez que a pobreza impedia a família de sangue se
unir. O Conselheiro mandou Helena para o colégio interno qual permanecia até a
morte deste, o que não impediu o amor paterno de ficar longe da filha.
A protagonista Helena fica muito atordoada com as mentiras
que vieram à tona. Estácio e D. Úrsula, que mesmo sabendo que Helena não era da
família cedem à herança para ela. O pai de Helena decide afastar-se em
definitivo, o que piora a situação, culminando no falecimento de Helena.
Minha opinião:
Para quem é apaixonado no estilo Realista de Machado de
Assis, Helena causa certo estranhamento. Mas isso é explicável. Machado viveu
no período de transição do Romantismo para o Realismo, e a obra, escrita em
1876 de caráter Romântico, faz com que marcas excepcionais do autor não
apareçam. A escassez de frases filosóficas, o jogo de palavras, a “podridão do
homem”, o estilo Realista que consagrou Machado é a causa do livro ser alvo de
críticas modernas ruins.
Destacado isso, Helena continua sendo indicado para todos os
leitores fãs de Machado de Assis, pois o mesmo não deixa em nenhum momento o
enredo cair, consegue segurar o mistério, um pouco das suas características que
aos poucos se afloram para mais adiante, no Realismo, chamar de fase “madura”
do autor.
Minha nota de 0 a 10 sem comparar outros movimentos e
livros:
7,8
por J. Michael P.
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