30/11/2017

Entre, Sussurros.





Ultimamente ando fazendo companhia aos amigos e a solidão. Vivo assim, batendo papo com as coisas que eu mesma precisava dizer para mim, curtir minha própria presença – tão desleixada eu estava, sem tempo para mim. Vivo curtindo a multidão, as pessoas, os sorrisos, porque cada uma delas, como um giz, colore o mundo com sua graça, a sua cor.

Estou vivendo entre os silêncios e as vozes. Silêncios dos quais eu precisava escutar, vozes que eu precisava refletir. São altos e baixos, e essa correria às vezes dá uma canseira que o melhor é pedir colo, nem que seja para a solidão. Algumas vezes precisamos desfrutar da nossa própria companhia. Outras precisamos saber que não estamos sozinhos, e é tão bom quando tão só se junta à turma de amigas e a madrugada passa a não ser o sinal que a hora de dormir chegou, mas o momento em que a hora para se divertir está aí, aproveite. 

Precisava destes momentos comigo mesma. Precisava dedicar à página do livro que não tinha acabado, a xícara de chá que faltava, os pensamentos incansáveis sobre tudo e todos. Precisava. Mas é preciso saber se for, terá para quem voltar depois. É necessário dividir os momentos – bons e ruins –, os copos, os brindes, as conversas jogadas ao ar, os micos e as confissões, confusões. É preciso ser aceita pelo que é, e não pelo que deveria ser.

Vivo assim, entre os sussurros da solidão e da multidão. E o melhor de tudo é que escolhi ser assim, amiga de uma, amiga de outra. Somos donas do nosso próprio destino, iremos ser amanhã o que escolhemos ser hoje. E é tão bom saber disso.

por J. Michael P.

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