Ultimamente ando fazendo
companhia aos amigos e a solidão. Vivo assim, batendo papo com as coisas que eu
mesma precisava dizer para mim, curtir minha própria presença – tão desleixada
eu estava, sem tempo para mim. Vivo curtindo a multidão, as pessoas, os
sorrisos, porque cada uma delas, como um giz, colore o mundo com sua graça, a
sua cor.
Estou vivendo entre os silêncios
e as vozes. Silêncios dos quais eu precisava escutar, vozes que eu precisava refletir.
São altos e baixos, e essa correria às vezes dá uma canseira que o melhor é
pedir colo, nem que seja para a solidão. Algumas vezes precisamos desfrutar da
nossa própria companhia. Outras precisamos saber que não estamos sozinhos, e é
tão bom quando tão só se junta à turma de amigas e a madrugada passa a não ser
o sinal que a hora de dormir chegou, mas o momento em que a hora para se
divertir está aí, aproveite.
Precisava destes momentos comigo
mesma. Precisava dedicar à página do livro que não tinha acabado, a xícara de
chá que faltava, os pensamentos incansáveis sobre tudo e todos. Precisava. Mas
é preciso saber se for, terá para quem voltar depois. É necessário dividir os
momentos – bons e ruins –, os copos, os brindes, as conversas jogadas ao ar, os
micos e as confissões, confusões. É preciso ser aceita pelo que é, e não pelo que deveria
ser.
Vivo assim, entre os sussurros da
solidão e da multidão. E o melhor de tudo é que escolhi ser assim, amiga de
uma, amiga de outra. Somos donas do nosso próprio destino, iremos ser amanhã o
que escolhemos ser hoje. E é tão bom saber disso.
por J. Michael P.
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